Sabor e sombra refrescante de uma centenária
Figueira a beira mar no distrito do Ribeirão da Ilha, distribuindo pinceladas
de sabor num aconchegante ambiente de atmosfera artística e alta culinária. e-mail:santafigueira@gmail.com fone:(48)3337-0598
Muito manezinho nascido e criado jura de pés juntos que a figueira é a árvore-símbolo da cidade de Florianópolis. Não é. Uma rápida pesquisa nas internês, caso seu colégio tenha ignorado este detalhe importantíssimo na sua formação, nos revela que a árvore de Floripa é o garapuvú. Mas bem que poderia ser a figueira. Não só um dos mais importantes cartões postais da cidade, a Praça XV, ostenta um exemplar centenário da espécie, como em vários pontos pode-se observar esta árvore dando sombra e imponência. A figueira tem toda uma simbologia atrelada a ela. Em alguns religiões, inclusive, exercem importância fundamental em alguns momentos. Para os cristãos, por exemplo, é a primeira árvore a ser citada na Bíblia. Foi embaixo da sombra de uma figueira que Buda teria conseguido sua elevação espiritual. Os judeus a consideram o seu fruto, o figo, um dos alimentos sagrados. Outro fato é que nem toda figueira dá frutos. Principalmente a encontrada na mata atlântica, e muito comum neste litoral, a Ficus insipida. O nome já diz tudo, os frutos que ela produz não são comestíveis por seres humanos. Não tem sabor. Mas o que a dendrologia não sabe explicar é porque no Ribeirão da Ilha existe uma espécie que dá um dos melhores frutos… do mar.
Trata-se da Santa Figueira. Uma árvore grande e majestosa, hoje cercada por decks de madeira e mesas confortabilíssimas, num espaço cujo parapeito dá de frente para o mar do Ribeirão da Ilha, com um excelente visual para uma refeição saborosa com os seus frutos do mar. A Bárbara me convidou pra conhecer e o Ian foi junto porque provavelmente nem ele acreditou nessa história. Asseguro que era tudo verdade da chef de cozinha de uma outra Santa, mas essa você conhecerá nos próximos dias. A comida era como um maná, que a religião não ousará desmentir sob pena desta árvore tão simbólica ser alvo de heresia.
A Santa Figueira nos recebeu com um couvert. Pães caseiros, muito saborosos e macios, recém saídos do forno com pasta de berinjela e sardela.